2011 foi um ano importante para o Magic, Delver of Secrets, Snapcaster Mage e Liliana do Veu  foram lançados, o Extended morreu, mas o mais importante foi a criação do Modern.

O formato já começou com uma lista de banidas relativamente extensa, e o parâmetro para a escolha destas cartas foram interações do finado Extended e do Legacy até certo ponto.

Após o primeiro Pro Tour do formato, os conceitos iniciais foram derrubados e as prioridades mudaram, a partir daí criou-se a regra do “quarto turno”, onde nenhum deck deveria finalizar a partida antes do quarto turno com muita consistência. E foi com isso que os banimentos geralmente eram baseados em eliminar combos rápidos demais do formato, até aquele fatídico Pro Tour Return to Ravnica....

 

 

Pouco tempo depois do surgimento do Eggs(deck utilizado por Stanislav Cifka para ganhar o PT RTR) Second Sunrise foi banido por ser uma carta muito presente no formato e criar turnos de mais de 15 minutos onde o jogador do deck tinha inevitabilidade mas executar fisicamente o combo era muito devagar e complexo, atrasando rodadas de grandes torneios.

 

Ontem, 21/01/2019 presenciamos algo parecido: Krark-Clan Ironworks foi banido por motivos parecidos. Vejamos o que a dona Wizards tem a dizer sobre o assunto:

 

“Quase um ano desde o último Ban a equipe de Research and Development(R&D) vêm acompanhado a evolução e saúde do formato. Neste tempo o KCI teve mais Top 8s em Grand Prixes individuais que qualquer outro arquétipo do formato apesar de ser uma pequena parcela do field. E sem nenhum sinal da dominância do deck diminuir, decidimos banir o KCI.
 

Não foi uma decisão fácil, o R&D considerou os dados por muito tempo antes de tomar a decisão. As interações do deck são muito complexas e exigem um vasto conhecimento de regras e muito treino com o deck, resultando em alta porcentagem de vitória entre os jogadores profissionais e outros pilotos experientes. Com as interações do deck sendo muito complicadas de se executar no Magic Online, fica difícil reunir dados que reflitam sua taxa de vitória online
 

Enquanto as principais razões para banir uma carta do deck, são sua taxa bruta de vitórias e alta taxa de conversão GP Top 8, também consideramos sua taxa de vitória altamente polarizada do jogo 1 (pré-sideboard), comprimento de turno às vezes longo e interações de regras difíceis como fatores secundários.”
 

(Tradução liberal feita por mim, anúncio oficial aqui)

 

 

Abusar do KCI não foi iniciativa do Modern, listas competitivas com Ironworks circulam desde seu lançamento em Fifth Dawn.

 

Apesar de limitado, o Standard já abusava do poder absurdo do KCI de gerar manas, nesta interação baseado em Goblin Charbelcher + Myr Incubator(para limpar os terrenos do Deck e garantir um-shot kill com a ativação do Belcher). Mesmo com uma card pool tão resumida quanto o Standard, KCI já se mostrava extremamente potente em fazer coisas absurdas e difíceis de contornar pela sua velocidade e consistência.

 

 

O Próprio Modern já havia presenciado a existência de KCI em decks depois do unban de Sword of the Meek. O deck tinha dois combos diferentes(Sword of the Meek+ Thopter Foundry que poderia ser feito manualmente ou infinitamente pelo KCI já que uma ficha sacrificada pra mana gera mais duas ativações, e KCI + Open the Vaults, comprando praticamente o deck todo até achar a Emrakul original e finalizar com ela). O problema é que o deck, apesar de ser um combo, era lento, dependia demais do cemitério e não tinha como buscar Open the Vaults.

 

E foi em 2018 que Matt Nass apareceu com o KCI que conhecemos hoje em dia, a máquina de resultados.

 

 

Múltiplos combos infinitos, tutor para a peça do combo, recursão da peça do combo caso seja descartada ou anulada, utilização moderada do cemitério que contornava graveyard hate 1 shot, Matt Nass conseguiu, montou a masterpiece que todos estávamos esperando para o Modern.
 

A primeira instância o deck era muito complexo de ser pilotado, lento de executar o combo e praticamente impossível de treinar utilizando softwares online e, até então, não havia muita estratégia disponível na internet como vemos sobre outros decks.

Não demorou muito para diversos jogadores pegarem para aprender tudo sobre o deck e ver que não era tão impossível assim de se pilotar,  e as top tables dos grandes torneios, inclusive vimos um KCI no Top4 do GP SP ano passado.
 

O deck já estava popular o suficiente e é com M19 que as coisas mudam de vez: Sai, Master Thopterist, acoplando o azul às suas cores, dando uma Kill Condition alternativa, maneira de segurar o jogo e acesso à counters no side. É basicamente ver o Optimus Prime vencer o Megatron achando que era a ameaça final e ter que bater de frente com o Unicron o planeta-robô.