Fala galerinha, tudo nos trinques?

Eu queria fazer uma retrospectiva de 2020 como meu último artigo do ano, mas não acho que seria muito legal pois esse ano foi bem morno de acontecimentos no Magic, então pensei que poderíamos falar sobre uma retrospectiva de cartas e decks que se tornaram ultrapassadas por banimentos e lançamentos de novas bombas, vamos lá?

 

Se alguém parasse de jogar em Dezembro de 2018 e voltasse a jogar em Dezembro de 2020, com certeza, teria muitas dúvidas: O que são essas cartas do side que aparecem no G1 no arena? É verdade que foram lançados 36 Planeswalkers numa edição só? O que são esses Walkers com habilidades passivas? O que é esse tal de Oko que tanto falam?

 

É normal decks entrarem e saírem do pódio dos melhores de cada formato, novas cartas são lançadas, decks são atualizados e o velho Pedra-Papel-Tesoura do formato é renovado, removendo do pódio um deck para colocar outro, isso é normal. No entanto, existem outras mudanças que fazem o formato se renovar, e uma delas são os banimentos. Não é preciso entrar novas cartas se um deck é banido e acaba desestabilizando o Pedro-Papel-Tesoura. E quem diria que, desde 2018, teríamos uma quantidade ABSURDA de banimentos?

 

Em dezembro de 2018, os seguintes decks eram alguns dos presentes no meta Modern.

 

 

O KCI era, provavelmente, O deck de 2018. Surgindo do nada e ocupando as primeiras mesas de todos os eventos em menos de 8 meses, o deck evoluiu rapidamente de um GR combo para um RUG, contendo Sai, Topterista Mestre, que ajudava tanto no plano A do combo quanto no plano B de agressivar.

Apesar de sua alta representatividade e porcentagem de vitória, era outro caso de “Second Breakfast” onde o combo era complexo e muito demorado, atrasando demais as rodadas de qualquer torneio onde haja jogadores inexperientes com o baralho. Infelizmente(ou felizmente) a vida do KCI seria curta, pois logo a carta principal do deck seria banida.

 

 

Antes do Oko nós já tínhamos o Oco. Um deck cujo objetivo era transformar a partida em Heartstone: o mais aleatório possível. Com suas Sabedoria Goblin e Inquisicao Ardente, descartar 3 cartas, fazer o Oco de graça e ainda aproveitar o que foi descartado através das ameaças que voltavam do cemitério. 

Era um deck bem agressivo com o potencial de fazer 8+ de poder já no turno 1 enquanto dava 3 Capturar Pensamento com a inquisição ardente. 

Sua grande quantidade de draws o tornava uma ameaça nos jogos curtos e longos, enquanto o oponente comprava lands você recapitulava Lootings ou dava efeitos de descarte aleatório que contribuem para seu gameplan, um deck bem difícil de se jogar contra durante sua alta influência.

Seu reinado durou mais que o de KCI, porém, também em 2019, uma peça principal do baralho foi banida e com isso o deck abandonou as top tables.

 

 

Bem diferente do vemos nos dias de hoje, o UW Control era o segundo deck mais bem sucedido de 2018, perdendo apenas para o finado KCI.

Sem as diversas armas que o deck viria a ganhar em 2019, ele operava mais como um control de valor invés de um tappout que vemos hoje em dia, abusando de Terminus e Busca por Azcanta(RIP Azcantinha). Para a época, o UW era extremamente eficiente e, comprando terminus pelo menos uma vez por jogo, tinha ótimas partidas contra quase tudo.

 

Com a grande opressão do KCI, algo precisava ser feito para que o Modern deixasse de ser KCI vs Anti-KCI, com isso em mente, em Janeiro de 2019 a Wizards baniu Fundicao do Cla-de-Krark e a primeira de muitas mudanças relevantes no Modern acabava de começar.

 

 

Com a saída do KCI, o Phoenix ficou ainda mais forte, estabilizando-se entre os top decks e revelando Pilhagem Infiel como um dos maiores Sleeper Cards do Modern. 

O Phoenix tinha boas partidas contra o field todo e o aumento de Faithless Looting nas decklists destacou Phoenix, Hollow One e Death’s Shadow como decks consistentes que usavam/abusavam do “Brainstorm vermelho”.

Era, provavelmente, o mais próximo de um deck Legacy no Modern que vimos desde a época do Cruzeiro do Tesouro, um baralho que era mono cantrips, tudo se repunha de maneira muito eficiente, mimetizando todas as suas partidas anteriores enquanto os oponentes eram obrigados a jogar com a sorte.

 

Pouquíssimo tempo depois tivemos o lançamento de uma edição que impactaria o Magic para sempre: War of the Spark.

 

 

O Eldratron já tinha melhorado bastante na época de Phoenix e Shadow pois seus Calice do Vacuo eram sensacionais contra decks de muitos drops 1, e com o lançamento de War of the Spark, o deck ganhou Karn, o Grande Criador, que não só servia como Wish para artefatos, como também era uma kill condition alternativa em conjunto com Trelica Micossintetizadora. O Eldratron nunca foi mais o mesmo depois do Karninho, mudou muito, e pra melhor.

 

 

O UW já era uma máquina em 2018, depois do lançamento de Narset, Rasgadora de Veus, Teferi, Manipulador do Tempo e Ashiok, Dissolvedor de Sonhos o baralho ficou ainda mais insano.

As semanas que se seguiram foram buscando as melhores shells para usar alguma combinação desses Walkers. E para a infelicidade de muitos, todas as shells com eles eram muito boas.

O deck deixou de ser Draw Go para ser mais Tappout graças aos Walkers e as diversas cóleras que protegiam os mesmos.

 

War mudara para sempre o Magic como conhecíamos, com as novas cartas melhorando decks já existentes e empurrando para fora do pódio decks que estavam bem presentes. É, War of the Spark foi um socão na cara de muita gente que tinha acabado de entrar no formato. Mas não abandonem o artigo agora, se você gosta de ver gente tomando socos metafóricos, vai ter muita coisa boa ainda.

 

As pessoas mal tinham se acostumado com Teferinhos e Karninhos e a Wizards lança outra bomba: Modern Horizons.

Diferente de Modern Masters, Modern Horizons seria uma edição apenas com cartas novas, com a exceção dos 5 terrenos básicos nevados, que seriam os únicos reprints da coleção que tinha 254 cartas. Algumas eram cartas que já eram válidas no Legacy que nunca viram chance no Modern, enquanto outras eram completamente novas. Horizons seria a promessa de mudar o Modern propositalmente e corrigir alguns problemas que existiam há anos, tudo numa chulapada só. Mal sabia a Wizards que lançar Horizons seria a mesma coisa que continuar acelerando seu Marea Turbo depois que ele começa a tremer: não é porque a sensação é a boa que é uma boa ideia.

 

 

O Jundão do Amor foi a primeira casa para o Wrenn e Seis por ser, basicamente, o único midrange GR que não usava Blood Moon e que poderia tirar proveito da insana recursão de fetchlands provida pelo Walker de custo 2.

Piromante Experiente foi um teste que ajudou o baralho a bater de frente com os outros decks que haviam ganhado muitas cartas em War, dava um Faithless Looting fazendo ficha e ainda poderia virar mais 2 fichas posteriormente.

O Jund voltou dos mortos como protagonista de anime, mas digamos que esse reinado logo acabaria.

 

 

Após ver que Wrenn and Six(W6) meio que funcionava em qualquer shell, surgiu o 4C Control, abusando de Astrolabio de Arcum para possibilitar os custos GR no começo e UUU mais pra frente.

Coatl Presa-de-gelo é a versão modern da Estrige Maligna, segurando muito o jogo com seu Deathtouch e comprando uma carta, nunca te deixando na mão.

A cola que segurou o arquétipo, além do Astrolábio, foi a Forca da Negacao, te permitia virar os terrenos em velocidade de feitiço e ainda se proteger de Walkers e Combos.

O deck era ótimo contra baralhos de bixo graças aos seus vários spot removals e ao Auge do Inverno. O 4c ainda ganharia mais armas antes do fim do ano.

 

 

Com o lançamento do Urza, uma das figuras mais icônicas do jogo, é claro que iriam tentar montar um deck com ele. Spoiler: Conseguiram e ficou muito bom.

O objetivo principal do deck é abusar das 3 habilidades do Urza, Grao-lorde Artifice: Gerando mana para conjurar a mão inteira, bater com uma ficha gigantesca e ativar a última habilidade para conjurar uma mágica gratuita do baralho.

O Engenheiro Goblin serve como o Goblin Soldador/Remendar buscando silver bullets para desenvolver seu jogo, atrasar a partida ou combar com Fundicao de Toptero.

O arquétipo de Urza.Deck viria a se tornar bem opressor no Modern, com diversas listas bem distintas, mas isso é um assunto para outro artigo.

 

 

 

Sem sombra de dúvidas, o deck que mais ganhou com Horizons foi o Bridgevine, agora se tornando o Gakvine.

Foram 3 cartas novas, somando 12 das 60 do main, cartas de alto impacto na forma de Comedor de Podridao, Hogaak, Necropole Erguida, Altar da Demencia.

O deck gerava uma grande quantidade de kills no terceiro turno, tanto pelo dano quanto pelo mill do Altar da Demencia + Hogaak, Necropole Erguida + Ponte das Profundezas. Um deck onde não abrir de Leyline preta no turno 0 pode ser sua derrota.

 

Modern Horizons foi lançado em Junho, e já em Julho veríamos banimento de Bridge from Below com o objetivo de apagar a opressividade dos Bridgevine e torcer para que M20, que acabara de ser lançada, mudasse o formato o suficiente para que outros banimentos não fossem necessários.

 

M20, novamente, traria mais revoluções para o Moderninho, no entanto, não seria apenas através de raras e míticas overpowered, mas sim com um ciclo de incomuns.

Do ciclo de hate bicolor, Rajada de Eter e Veu do Verao foram as melhores, e mudaram a dinâmica de jogo contra descartes, anulas e qualquer deck que tenha cartas verdes e/ou vermelhas, mesmo que incounteráveis.

Apesar de não terem criado nenhum arquétipo novo, Veil e Gust foram adicionados à praticamente todos os decks que continham essas cores.

Uma carta que levantou algumas sobrancelhas foi Campo dos Mortos que viu jogo imediatamente em Valakuts e Amulets mas ficou nesses nichos de lands.matter por um tempo.

 

Após a tentativa de banir Bridge from Below para diminuir o impacto de Hogaak no Modern, grinders perceberam que era possível jogar sem a Bridge e ainda obter uma alta Win Rate.

 

 

O deck passou de meme para deck sólido e de deck sólido para o melhor arquétipo do formato em questão de 2 meses.

Era super fácil fazer um Hogaak turno 2, e mesmo quando ele não vinha, as outras interações de grave ainda compensavam o seu keep “Mediano”.

O primeiro Pro Tour onde o Hogaak foi válido era com decklists abertas, o que forçou muita gente a jogar com Linha de Forca do Vacuo, um out já no G1 contra o Gak que poderia ser mandada para o fundo devido ao novo mulligan que acabara de ser implementado.

 

Em Agosto, Hogaak e Faithless Looting foram banidos no Modern devido à sua onipresença e Mistico Litoforjador foi desbanido. Um ótimo presente de aniversário que a Wizards me deu naquele ano.

 

 

Com Stonorge desbanida, alguns malucos(lê-se Eu) tentaram enfiá-la em tudo: Death and Taxes, Esper, Bant, Jeskai, Kiki Chord, Saheeli Cat, mas como já era esperado, o UW Stoneblade acabou se consagrando como o melhor dentre os decks de Stoneforge.

A Gaga deu ao UW tudo o que ele sempre sonhou: uma kill condition que ganha vida e que custa poucas manas, eficiente no começo, no meio e no fim da partida. O sonho molhado de todo controleiro.

 

Em Setembro, um mêszinho depois desse último Ban e Unban nós tivemos o que? Isso mesmo, MAIS UMA MUDANÇA CATASTRÓFICA IMPORTANTE PARA O FORMATO(sim, a milésima do ano).

Com Throne of Eldraine vimos o nascimento de Oko, Ladrao de Coroas, provavelmente a carta mais forte lançada nos últimos 15 ou 20 anos. 

Malvisto por muitos durante o Spoiler, assim que se tornou válido já encontrou sua casa, ou melhor, suas casas, e, da mesma maneira que o Teferi de War, Oko entrava tranquilamente como splash em praticamente qualquer deck.

Tivemos outras cartas impactantes em Eldraine, mas Oko e Era Uma Vez foram as que mais deram problema imediatamente, enquanto Santuario Mistico seria problemático apenas depois de Theros.

 

 

Em M20 tivemos Veu do Verao e Field of the Dead, como já tinha dito, mas foi com Eldraine que vimos o abuso dessas duas cartas no Simic Titan Field, um Valakut que não usava Valakut, era um Turbo land que existia entre o Amulet Titan e o Titanshift.

O Once Upon a Time dava uma consistência irreal pro baralho, mimetizando as suas melhores partidas quase todos os jogos, pois seu deck não só tinha 56 cartas como começava dando um Impulso de graça.

 

 

 

O Bant Oko foi a evolução óbvia do UW Control/Blade. Ter um Walker que servia como removal, blocker, lifegain e kill condition como drop 3 que ainda removia pra FON era bom demais para acreditar.

O deck é um UW com verde para Oko, Ladrao de Coroas e Cobrinha, parece pouco mas é mais que o suficiente para virar quase qualquer partida.

 

 

Ali em cima eu disse que o Urza seria a peça central de vários decks, lembra? Então…

Depois de Grixis, Jeskai, Paradoxal e Ascendancy, o deck ganhou Oko e lockou-se em UGx, podendo fazer Oko turno 2 com facilidade ou até mesmo turno 1 se você estiver na final de um PPTQ.

O deck deixava de ser um full combo para se tornar um Midrange de puro valor, onde tudo seu era 2 ou 3 pra 1, ganhava vida, gerava mana, cozinhava e passava, o power level individual do baralho já era bem alto, em conjunto era MAIS DE OITO MIL!

 

Fast Forward para Janeiro de 2020 e mais uma bomba cai no colo do Moderneiro: Oko, Mox Opal e Trelica Micossintetizadora foram banidas do formato por serem altamente abusáveis. A Treliça era facilmente tutorada pelo Karn e impedia o oponente de jogar, a Mox acelerava demais a partida de quem a comprava e o Oko então, nem preciso argumentar o porquê.

 

Ainda em Janeiro voltamos para Theros, mecânica de encantamentos, criaturas lendárias de custo 80, estamos de boa por enquanto, né?

ALÁ CLEITIN, TEM MAIS UM QUE ACREDITA EM QUALQUÉ COISA QUE LÊ!!

Em Theros tivemos 3 cartas principais que impactaram muito nosso formatinho querido: Uro, Tita da Ira da Natureza, Kroxa, Titan of Death's Hunger e Driade do Bosque Ilisiano.

 

 

 

Todos os decks de Titan começaram a usar a Dryad of the Ilysian Grove já que ela fazia todas as suas lands contarem como montanha para os Valakut, o Pinaculo Derretido. 

Algumas builds de Dryad + W6 acabaram surgindo, mas ela se solidificou nos decks de Titan.

 

 

A primeira casa do Uro foi como jogador reserva do Oko. Apesar de serem cartas bem diferentes, o slot do Oko foi substituído bem tranquilamente pelo Gigante 6/6 e outros jogadores perceberam que era mais fácil do que se imaginava splashar para o Uro.

 

No começo, o Jund estava usando Kroxa, Titan of Death's Hunger, mas poucas cópias, a carta ficou como Sleeper por um tempo até o lançamento da próxima coleção.

 

Em Março vimos o banimento de Once Upon a Time, talvez tarde até demais, uma vez que muitos gostariam de ter visto a carta ter ido embora com o Oko. Antes tarde do que nunca.

 

Em Abril recebemos uma terra de Colossus e Ikoria foi lançada, trazendo consigo uma mecânica que estava fadada a revolucionar a maneira que montaríamos decks: Os Companions.

 

 

O Jund teve que abandonar algumas cartas-chave do baralho para encaixar o Lurrus da Toca Onirica, mas ganhou muita recursão no lugar das Lilianas e Bloodbraids.

O advento do Lurrus aumentou a sinergia com o Kroxa, que agora viria a jogar em praticamente todos os decks com BR nas cores já que o Lurrus te deixa conjurar o Kroxa do grave por 2 manas, você não fica com um 6/6 na mesa, mas dá 3 de dano e um descarte, praticamente um Crime do Corvo que tomou bomba e injetou óleo de cozinha no trapézio.

 

 

Não contente em ter ganho pelo menos uma carta toda edição desde 2018, o UW agora ganhou Tufao de Tubaroes, ou Sharknado para os íntimos.

Finalmente o deck ganhou algo que contribuia mais para o elemento flash que para o tappout, fazendo fichinhas voadoras que atacam, bloqueiam e seguram espadas, e que, no late game, domina a partida sozinho e sem esforço algum, matando jogadores com 50+ de vida em poucos turnos. Acredite, eu estava lá.

 

Um pouco depois, no dia 1º de Julho tivemos um softban dos companions, mudando sua regra, dizendo que não era mais possível conjurá-los da zona de companion, e invés disso, você poderia pagar 3 manas em velocidade de feitiço para colocá-lo em sua mão e depois conjurá-lo assim que pudesse. Essa mudança foi para reduzir a expressividade de se começar com ”8” na mão se você tivesse Companions e não ter uma carta gratuita tão de graça assim.

Além dessa mudança, vimos o banimento de Astrolabio de Arcum e o que achávamos ser o fim dos 4 color no Modern.

 

Dia 3 de Julho, apenas 2 dias depois da mudança de regra dos Companions, M21 foi lançada. Mais um Core Set que parecia inofensivo mas que tinha algumas gemas bem interessantes.

 

 

Em M21 ganhamos Entidade da Asa Tempestuosa, que possibilitou o UR Prowess, uma versão mais interativa do antigo Red Prowess, e, aproveitando as cores, agressividade e curva baixa, Dragao Silfide, de Ikoria, começou a jogar também, tirando proveito tanto de cartas novas quanto de “antigas” que não estavam vendo jogo.

 

 

Outra pedra preciosa que veio em M21 foi o Bisbilhoteiro Chamativo, uma engine de card advantage que combava com Kiki-Jiki, o Estilhacador de Espelhos, Anunciador Papao e com Tenente da Gangue Atiradeira.

O modern agradeceu por um combo infinito mas que era detido por uma removal spell, fazia tempos que novos combos de criaturas eram tão frágeis. O diferencial aqui é que o deck funcionava até que bem como um Goblins aggro quando o plano falhava.

 

Em Setembro voltamos novamente(acredite, nesse caso não é pleonasmo) para Zendikar em Zendikar Rising, e advinhe? Sim, revolucionou o formato, blá, blá blá e tudo aquilo que vocês viram 18 vezes nesse artigo.

 

 

A primeira revolução de Zendikar foi com as spell lands: Mágicas de um lado, terreno do outro. Esse tipo de carta possibilitou combos como Informante do Submundo e Canhao de Fogo dos Goblins, que não podiam ter terrenos no baralho, e,  já que a face frontal dessas cartas não conta como terreno, são decks de 20 lands virtuais que oficialmente não tem nenhuma.

Além de criar esses novos arquétipos, as Spell Lands também adicionaram consistência à outros decks que queriam jogar com mais mágicas mas não queriam correr o risco de zikar: Tchanraaaan, as spell lands são perfeitas pra isso.

 

 

Ora ora ora, não é que o Death and Taxes ganhou uma grande arma?

Aparicao do Enclave Celeste pegou Cacador de Demonio e Anel do Esquecimento, fez um Milkshake e saiu esse espritinho maravilhoso.

Demorou exatos 14,6 segundos para perceberem que não era só o DnT que se beneficiaria da Aparicao do Enclave Celeste e hoje ela joga em praticamente qualquer deck branco.

 

 

O Death’s Shadow com 4 Shadow já era bem forte, agora que tem 8(4 Sombra da Morte e 4 Flagelo dos Enclaves Celestes) o deck ficou insano.

Com o Flagelo, uma carta que não precisa de muito lifeloss para ser relevante, os deckbuilders juntaram o Red Prowess com a Shell de Shadow e saiu essa mistura de Brasil com Egito: Um deck que consegue jogar bem o early, mid e até late game, abusando de cartas baratíssimas no custo de mana e ganhando um Companion gratuitamente por isso.

 

 

A maior surpresa foi o Omnath, Locus da Criacao.

O custo proibitivo com efeito forte lembrava as outras versões de Omnath, no entanto, essa daqui se enquadrava no espectro de Free Spell por gerar mana no turno que entrava, banalizando cartas que são 3 pra 1 ou mais no Modern, inclusive sendo banida no Standard pelo altíssimo Power Level.

Mesmo sem Astrolábio no Modern, conjurar Omnath turno 4 ou 5 já com o trigger de Landfall se tornou algo trivial graças ao Uro e Wrenn and Six.

Não existe melhor definição que 4C Walkers para o que esse deck pretende fazer. Apenas rampar e gerar valor, com uma interaçãozinha aqui e ali e um lock de Comando Criptico com Santuário Místico para fechar o jogo.

 

Se você chegou até aqui, meus parabéns, aguentou minha falação(ou seria melhor digitação?) e talvez queira saber o que esse artigo quer dizer, não é mesmo?

Ao meu ver, todas essas mudanças mostram que nada é eterno, que podemos odiar algo hoje e descobrir que amanhã existe um 6/6 que volta do grave pior, mas também podemos olhar para trás e ver que nossos problemas de 6 meses atrás foram resolvidos, seja com o tempo, com alguma atitude tomada por você ou pela dona Wiz.

 

Cartas vêm e vão, muitas vezes aquele deck ou carta que gostamos de usar se torna “inválido”, mas não podemos nos abalar, sempre haverá Magic para ser jogado, o que é ruim hoje pode se tornar bom amanhã e vice-versa. É preciso entender o problema para conseguir resolvê-lo(isso também vale pra você, Wizards), e que, mesmo as coisas piorando ao seu ponto de vista, poderiam estar pior ou que poderiam ser resolvidas sem muitas consequências negativas.

Deixo aqui meu abraço virtual e Corona-free para quem me acompanha sempre, ou até mesmo para quem está aqui pela primeira vez, vocês não só massageiam meu ego de escritor como também ajudam a manter vivo meu amor pelo Jogo.

Obrigado a todos os meus amigos, à LigaMagic e a Wizards por não deixar o Magic morrer mesmo durante a pandemia. Um abraço do Orelha e até ano que vem!