Fala Galera, tudo certo?
Não nos víamos desde o Natal, mas espero que todos tenham tido uma ótima virada de ano, com todos os cuidados necessários!
E para abrir esse ano com chave de ouro, hoje traremos um primer completinho de um comandante muito pouco convencional que vem travando muitas mesas por aí;
Antes de tudo gostaria de agradecer a todos que em 2020 contribuíram para o crescimento da cEDH Brasil e acompanharam todos os artigos e outros conteúdos produzidos por nós com o grande apoio da LigaMagic.
Além disso, queria direcionar um agradecimento especial ao nosso querido jogador Romário “Vesgo” Marinho, que vem trabalhando nesse deck desde o lançamento da carta e tem feito um trabalho espetacular como deckbuilder em diversas outras listas, e que tem me ajudado a trabalhar não só nesse, mas outros primers que logo mais aparecerão por aqui.
Então sem mais delongas, vamos ao que interessa.
1 – Introdução
2 – O Deck
3 – Plano de Jogo
4 – Wincons & Finishers
5 – Mulligans
6 – Pontos Fortes e Fracos
7 – Opção Budget
Yasharn, Implacable Earth
Yasharn, Terra Implacavel, nosso conhecido Porco, é um stax nas cores Selesnya que consegue com muita maestria desenvolver seu plano de jogo enquanto desacelera os oponentes.
Trazendo orgulho ao arquétipo ele funciona como um anti-meta, que consiste em ser muito eficiente contra os principais decks e estratégias do formato atualmente, começando pelo fato de ser uma peça de stax muito forte na Command Zone, além de combinar a aceleração da cor verde à presença de floodgates da cor branca.
Sua primeira habilidade é um ETB que busca no deck por dois terrenos básicos, sendo eles uma planície e uma floresta, e os coloca em sua mão. Isso te garante no mínimo o land drop de mais dois turnos, ou até mesmo food para cartas como Mox Diamond.
Além disso, ele também tem uma segunda habilidade passiva que impede jogadores de pagarem pontos de vida e sacrificar permanentes que não sejam terreno para ativar habilidade ou conjurar mágicas, e é aí que ele mais brilha.
- O plano de jogo
Como já foi dito na introdução, estamos lidando com um deck que se apoia num jogo lento onde o tempo tráz muita vantagem, e é dessa forma que conduzimos nossa partida.
Apostando alto no que chamamos de hard stax vamos sempre procurar por uma forma de trazer nosso porco ao campo de batalha assim que possível, e é graças ao verde presente na nossa identidade de cor que isso fica ainda mais fácil.
Um dos motivos para querer ter o comandante presente logo no early game é justamente a efetividade contra a correção de cores dos oponentes, que ocorre principalmente através de fetch lands, já que ele desabilita a busca impedindo os jogadores de pagarem pontos de vida. Isso também afeta diretamente no início explosivo proposto por decks de 5 cores por exemplo.
Além disso estamos lidando com uma criatura 4/4, que em um meta onde a presença de criaturas é baixa, pode ser uma grande pedra no sapato.
Para auxiliar um início consistente, já que temos a cor verde, é de praxe que tenhamos a presença de inúmeros dorks, que são criaturas capazes de gerar mana, como Elfos de Llanowar e Aves do Paraiso.
Esses dorks além de fazerem um papel importantíssimo colocando nosso porco, muitas vezes no turno 2, ainda serão parte do plano de beat down que o deck possui.
Ao contrário de muitos decks do cEDH que optam pela aceleração através das pedras de mana, dessa vez estamos lidando com um grande inimigo dos artefatos. Afinal, a forma mais eficiente de desacelerar um deck fast combo é impedindo que ele utilize essas pedras a seu favor.
Nós jogadores de commander já estamos muito habituados com efeitos de Naturalize, que destroem artefatos e encantamentos, incluindo dois muito comuns em listas competitivas mas que não marcam presença nesse primer, que são Nature's Claim e Natural State.
Por mais que pareça estranho cortar staples desse nível de um deck limitado à duas cores, é fácil perceber o quanto o uso de criaturas e encantamentos é muito mais presente e eficiente nessa lista que acaba sendo um “pseudo-agro”, além do fato de que apesar de removals pontuais serem fortes, teremos acesso à formas mais eficientes de lidar com esse problema os desativando com efeitos passivos, graças a cartas como Collector Ouphe, e Manglehorn que apesar de não parar por completo, os atrasa bastante.
Ambos os exemplos para o funcionamento de mana rocks, além de artefatos importantes que vemos presentes no cenário competitivo, sendo eles principalmente nossos tão amados tokens de tesouro.
E como a chave para o sucesso de um deck bem montado é a redundância, temos também que citar a presença Null Rod e Stony Silence para que você certamente cumpra o que o deck propõe.
Esse hate funciona ainda melhor lado a lado com outra mecânica muito presente aqui, que são os limitadores de mágicas.
E como o nome já sugere, agora falaremos sobre cartas que tem como papel principal limitar o número de mágicas que podem ser conjuradas por turno, ou até mesmo a forma com elas devem ser conjuradas, impondo limites para que os oponentes não ganhe a corrida contra você.
Seria uma surpresa se começássemos essa parte falando de outra carta senão nosso querido Drannith Magistrate, que se tornou uma staple stax muito agressiva por barrar as zonas de comando de todos os seus oponentes, além de servir como uma barreira à combos de cemitério, onde reside nossa Underworld Breach.
Mas além dele temos outras criaturas que são tão importantes quanto, como Archon of Emeria e Ethersworn Canonist, que limitam a quantidade de mágicas a serem conjuradas a cada turno, mesmo que no caso da canonista esse limite seja mais permissivo.
Mas as verdadeiras estrelas desse deck são outras duas cartas, sendo a primeira delas um encantamento branco de 1 mana chamado Deafening Silence.
Apesar de seu texto já ser autoexplicativo, é de extrema importância frisar que ele não afeta a quantidade de conjurações de criatura que você pode jogar.
Seria uma pena se estivéssemos pilotando um deck de 42 criaturas, certo?
E fora esse encantamento, também temos um grande amigo que também entra no próximo tópico, chamado Archon of Valor's Reach.
Mesmo que pareça uma utopia conseguir rodar uma criatura “boss” de CMC6 num deck de cEDH, esse deck prova que estávamos errados.
Além de ser uma ameaça quase imparável por combate (Voar, atropelar e vigilância), nosso arconte permite que ao entrar no campo de batalha o jogador escolha um tipo de cartas de sua descrição, e os jogadores não podem conjurar cartas daquele tipo.
Esse tipo de tech está presente também na Sanctum Prelate, por exemplo, que te permite escolher o cmc mais viável para bloquear, protegendo seu plano de jogo de suas maiores ameaças.
No caso do arconte, conseguimos impedir instant spells, que além de afetar diretamente no andamento do jogo dos oponentes parando counters, cantrips, removals, rituais e etc, ainda para a bala de prata do porco, que é a nossa tão odiada Cyclonic Rift.
E dando seguimento, conforme foi dito anteriormente, Archon of Valor's Reach faz parte também de uma parte do deck onde o foco é proteger o comandante de possíveis ameaças e removals pontuais.
Isso por que assim como qualquer peça de stax ele acaba sendo um alvo constante dos jogadores que querem tirar a pedra do sapato.
Esse foco constante requer uma certa atenção por parte do piloto do deck, que precisa estar pronto para proteger o porco e ao mesmo tempo aumentar o numero de criaturas no board, por isso temos a presença ilustre de algumas criaturas, que são nossas Mother of Runes, Giver of Runes, Sylvan Safekeeper e Devoted Caretaker.
Como já foi descrito, o papel dessas criaturas é proteger peças importantes da mesa que podem ser alvos de remoções pontuais, mas além delas também precisamos enfrentar as ameaças globais, onde a principal delas é a já citada Cyclonic Rift.
Nesse caso, além do arconte, podemos tentar utilizar Sanctum Prelate como uma opção, assim como também Grand Abolisher, que além dos counters, também te protege de bounces em momentos inapropriados. Mas uma das cartas mais importantes nesse caso acaba sendo nossa querida Ashaya, Soul of the Wild.
Mais pra frente na leitura iremos voltar a falar dessa criatura, já que ela também integra alguns combos presentes na lista, mas por ora é muito importante lembrar o quanto seu segundo efeito é útil dentro do que estamos trabalhando.
Basicamente temos à disposição uma carta que te protege contra qualquer ameaça que afete permanentes que NÃO sejam terrenos, como a tão temida Cyclonic Rift, que só retorna para a mão, permanente não terreno. Remoções comuns e eficientes como Chain of Vapor e Abrupt Decay também acabam sendo inviabilizadas.
E mesmo que isso seja incomum num artigo voltado ao cEDH, nesse deck é inevitável pensar que a Ashaya, Alma da Natureza é uma ameaça que muitas vezes vai estar batendo mais de 15 de dano a cada combate.
Outras duas criaturas que estão presentes aqui por conta dessa capacidade de beatdown são a anjo Shalai, Voz da Abundancia e a pretora branca Elesh Norn, Cenobita-Mor, já que ambas servem como buffs para suas criaturas, transformando na pior das hipóteses seus elfos em criaturas ameaçadoras, além de também fazerem outros papéis importantes.
Shalai é uma excelente protetora, pois além das criaturas também protege planeswalkers e o próprio jogador com resistência a magia, e tudo isso num corpo 3/4 Flying.
Sua habilidade ativada distribui marcadores +1/+1 em CADA UMA de suas criaturas por 6 manas, o que acaba sendo uma bagatela, principalmente quando estamos no passe do oponente com manas disponíveis.
E no caso da Elesh temos uma arma terrível contra outros decks stax, que com seu efeito passivo elimina dorks, criaturas com efeitos limitadores, muitos comandantes, e ainda por cima concede a todas as suas criaturas um bônus de +2/+2.
Como opções de removal também possuímos outras cartas muitas vezes são importantes para lidar com ameaças específicas, especialmente quando um comandante tem alguma ameaça presente e que seja difícil de retirar.
Para isso utilizamos Swords to Plowshares e Path to Exile, que possuem um custo de mana muito acessível, além de removerem permanentemente.
Mas estamos falando de um deck onde criaturas são a sua chave para o sucesso, trazendo opções redundantes para esses efeitos de removal através de Skyclave Apparition, que remove permanentemente um card não-terreno e não-ficha do oponente em troca de uma ficha X/X que tem poder e resistência iguais ao custo da carta exilada.
E também temos Palace Jailer, que é um removal de 4 manas que te transforma em monarca, mas que devolve a criatura exilada assim que outro oponente se torne o monarca, o que pode ser muito difícil para o oponente, já que nosso deck tem o foco num “pseudo-Aggro”.
E por último mas não menos importante, já aproveitando a deixa trazida pelo efeito de monarca do Palace Jailer, precisamos falar sobre um dos pontos mais fracos das cores onde estamos trabalhando, que é a escassez de card advantage através de draw.
Em outras opções de decks, principalmente quando se tem acesso à cor preta, ou outros tipos de interações com o cemitério, o draw pode ser contornado através de recursão e card advantage via Self-Mill, como por exemplo já vimos no nosso Teshar, Apostolo da Ancestral que abusa do cemitério.
Mas aqui estamos lidando com um deck hard stax que não se importa com o cemitério, e muito menos com seus artefatos, mas que por outro lado possui uma alta densidade de criaturas que podem ser utilizadas ao nosso favor.
Encantador de Feras é uma das mais óbvias opções quando falamos desse assunto, pois oferece um draw toda vez que você conjura um card de criatura, o que é bem frequente nessa lista. Porém, apesar disso ser uma draw engine excelente, conseguimos extrair ainda mais valor de outras duas cartas que trabalham de uma outra forma.
Tanto falando da Ohran Frostfang quanto do recém anunciado Toski, Bearer of Secrets, temos em mãos uma garantia de que estaremos comprando uma média de 3 cartas por turno, mesmo sem possuir nenhum card em mãos.
Com 42 criaturas é certo que seu campo sempre será uma possível ameaça no que se diz respeitos à fases de combate, especialmente quando conseguimos dar deathtouch para as criaturas atacantes, que funciona como uma “evasão”, ou quando seu fornecimento de card advantage parte de uma criatura indestrutível.
A verdade é que ambas são duas peças chaves dentro de nosso deck, atuando com perfeição em relação a nossa proposta.
- Win Conditions e Finishers
Por fim, depois de entender melhor sobre o conteúdo da lista e o que você pode esperar do deck, é hora de falar sobre ganhar o jogo e finalizar a mesa.
Já é de costume que em decks cEDH a primeira opção de vitória seja através de combos, e isso se sustenta por vários motivos, como a velocidade e resiliência, já que todo a composição da lista é focada em realizá-los.
A grande maioria dos decks do commander competitivo optam por jogos rápidos em que você consiga ter uma constância, sempre procurando chegar a um resultado especifico através de vários caminhos, afinal, contar com a sorte numa mesa onde todos estão preparados para lidar com você é muito arriscado.
No nosso caso possuímos alguns combos e interações que tem como foco abusar da geração de mana infinita, começando por um velho conhecido mas pouco visto atualmente, Devoted Druid e Vizier of Remedies.
Um combo simples e autoexplicativo que permite o untap infinito desse nosso mana dork, permitindo gerar mana verde da forma que o jogador preferir, mas que apesar de simples acaba trazendo um slot pouco utilizado no Vizier sozinho, além da escassez de tutores para tê-los juntos na mesa.
A nossa sorte é que estamos tratando de um deck onde criaturas de um modo geral acabam sendo bem utilizadas mesmo quando não estão realizando efeitos continuamente por conta de seu plano aggro.
Outro ponto muito bom a se considerar é o fato de que estamos trabalhando sob uma premissa de jogo lento onde as muitas vezes estaremos limitando os jogadores a jogarem apenas uma mágica por turno, o que acaba facilitando o encontro dessas peças.
Nossa segunda interação é utilizando o encantamento Earthcraft para gerar valor como ramp,e muitas vezes também chegar a mana infinita com Luminarch Ascension e o pack de auras de terreno, como Utopia Sprawl e Wild Growth.
Vale mencionar que esse combo acontece de forma natural, então é bom que o piloto durante o gameplay com o porco não fique preocupado em juntar peças com pressa, pois elas acabam sendo encontradas separadamente durante o jogo, e mesmo sozinhas são cartas extremamente úteis que irão te ajudar.
Outro grande personagem desse deck é o nosso Argothian Elder, uma criatura untapper de 4 manas que não parece muito ameaçadora à primeira vista, mas que tem um enorme potencial ao lado da já comentada Ashaya, Alma da Natureza.
O combo consiste em abusar da habilidade passiva da ashaya de transformar criaturas em florestas, permitindo que ao ativar o efeito do Elder possamos desvirá-lo juntamente a outra criatura que esteja gerando mana (afinal, todas serão florestas), ou terreno, conseguindo assim gerar uma quantidade ilimitada de mana à sua reserva.
E depois de falarmos de todos esses combos presentes na lista temos que lembrar que nem só de mana infinita vive o homem, e que precisamos de formas de utilizá-la e nos conduzir a vitoria, e é aí que entram os sinkers, que são cartas que tem a função de aproveitar a mana gerada para nos conduzir até a vitória.
Nesse deck possuímos uma singela quantidade de 6 cartas com essa função, ajudando na maioria das vezes a ter um combo consistente.
Começando por Mirror Entity e Destiny Spinner que possuem um efeito semelhante, enquanto um fornece poder e resistência X para todas as suas criaturas, a outra tem a capacidade de animar seus terrenos com Poder e resistência de acordo com o número de encantamentos que você controla.
Isso na maioria das vezes vai acabar com o jogo, já que vida é um recurso muito utilizado desde o início do jogo, além de que você também terá optado por causar quantidades significativas de dano até chegar ao combo.
Isso também pode ser acessado através da habilidade ativada da nossa anja Shalai, Voice of Plenty, que distribui marcadores infinitos em suas criaturas.
Duskwatch Recruiter também faz um papel de Lead the Stampede recorrente, sempre te dando acesso a criaturas, porém com mana infinito ele te trará todas as criaturas do deck para sua mão, e consequentemente ao campo, sendo uma ponte para qualquer finisher no deck.
De outro lado temos Finale of Devastation e Chord of Calling, que servem para buscar no deck por uma criatura, que geralmente vai ser outro sink a sua escolha, além de Finale ainda te garantir que suas criaturas sejam agraciadas com +X/+X e ímpeto até o fim do turno, onde X é o valor gasto em mana.
E por fim, mas não menos importante, caso você tenha o número de marcadores suficientes em Luminarch Ascension, será possível criar fichas ilimitadas de Anjo 4/4.
Mas depois de falarmos sobre todos esses combos e formas de finalizar o jogo com mana infinita, vamos falar sobre o plano de jogo principal do nosso querido Yasharn, que consite basicamente em descer a porrada, ganhar no aggro, ou como é mais ”chique” dizer, um plano de Beatdown.
Apesar de ser a opção principal para o plano de jogo do deck, ela também é bem simples e direta, aproveitando do tempo disposto pelo stax, e também da densidade de criaturas para desenvolver um plano aggro.
Isso fica ainda mais consistente considerando cartas como Deafening Silence que impedem o andamento do jogo de seus oponentes enquanto seu board continua crescendo e se tornando uma ameaça maior a cada turno.
Além disso, temos acesso a pumps muito perigosos, que além de cumprirem funções importantes como peças de stax, ainda fortalecem suas criaturas, como é o caso de Elesh Norn, Cenobita-Mor, Angel of Jubilation e Shalai, Voz da Abundancia.
Por mais que seja inviável numa situação comum no cEDH a utilização do Aggro como condição de vitória, nesse caso e no presente meta estamos presenciando um aumento significativo de decks que utilizam vida como recurso principal em suas partidas, o que abre brecha para que um comandante 4/4 e seu exército de hatebears se tornem uma ameaça constante.
“Mas vocês continuam defendendo que Krenko não é um deck cEDH, sendo que ele é o melhor deck aggro do commander”
O grande problema de aggros comuns é que eles perdem na corrida pela vitória enquanto desenvolvem o board de criaturas, sofrendo pela falta de um plano responsivo e que acompanhe a velocidade de um deck farm por exemplo. Enquanto no caso do Yasharn temos um hard stax que começa a partir do próprio comandante e se estende a todas as outras cartas do deck, desacelerando os oponentes a um ponto onde você consegue acompanhar e deter as ameaças impostas aos poucos.
E tudo isso que foi citado também necessita de uma boa pilotagem do deck, sabendo como e quando agir e utilizar das cartas ao seu favor, e por isso falaremos sobre um ponto importante em nosso próximo tópico.
- Mulligans
Finalmente iremos falar de uma das etapas mais importantes na hora de jogar com esse deck, que é saber como escolher seu mulligan.
Mas afinal, por que é tão importante?
Todos nós sabemos que no Magic o jogo começa na rolagem dos dados, e a primeira grande decisão é em relação ao mulligan, já que este irá definir como o jogo irá se iniciar e se desenvolver. E é a partir desse ponto que temos que considerar o gameplan antes de “keepar” uma mão ruim ou boa.
No caso do Yasharn, o intuito é conseguir trazê-lo ao campo nos 2 primeiros turnos, e isso é fácil por conta dos selecionados rocks custo 0 presentes no deck, dorks e outros ramps de turno 0 como Gemstone Caverns e Elvish Spirit Guide.
Mulligar agressivamente para menos de 6 cartas na mão pode parecer loucura, mas estamos falando de um hard stax que consegue desacelerar o jogo de forma brusca, permitindo que mulligans agressivos se tornem algo corriqueiro.
Com o London Mulligan essa prática fica muito mais fácil, já que você fará uma seleção nova de cartas que te permitam desenvolver o plano de jogo, sem se preocupar em tirar terrenos da mão, já que o próprio comandante os repõe com facilidade.
Outro ponto forte é que muitas peças de stax conseguem sozinhas atrasar o plano de jogo de seus oponentes, como Deafening Silence que além de reduzir a quantidade de mágicas de não criatura não afeta o nosso próprio jogo, te permitindo um start muito agressivo mesmo com a quantidade de cartas reduzida.
Pra quem não sabe, na LigaMagic possuímos um sistema de Mulligan para testar as possíveis mãos, que você pode acessar clicando no símbolo de 3 “barrinhas” no canto superior esquerdo da lista, logo ao lado do nome do deck, e depois em “Simular Mão”.
Utilizando esse recurso resolvi testar 3 opções de start diferentes para ilustrar o que foi dito.
Mão 1
Nessa primeira tentativa conseguimos claramente conjurar o comandante no primeiro turno com facilidade, conjurando nossa Chrome Mox exilando Emeria's Call, baixando nossa Temple Garden como land do turno, e conjurando Mana Crypt.
Com isso conseguimos além do Yasharn T1, ainda buscar dois terrenos básicos para conjurar Mox Diamond que servirá como geração de mana para a eventual proteção do comandante utilizando Veu do Verao.
Mão 2
Nesse segundo teste temos uma mão insustentável, apesar da presença de cartas muito fortes, não conseguimos conjurar o comandante, além de também termos escassez de mana branca.
Infelizmente nessa situação seria muito arriscado contar com um destiny draw para dar seguimento ao jogo, então é muito mais viável um mulligan.
Mão 3
Por fim, nesse exemplo também não conseguimos conjurar o comandante logo no primeiro turno, mas em contrapartida é uma mão facilmente “keepavel”, já que contamos com Deafening Silence e no primeiro turno e dois possíveis ramps para o turno seguinte.
Dificilmente um deck do meta atual consegue contornar esse encantamento logo na abertura do jogo, o que permite que você tenha tempo para desenvolver seu jogo com certa “facilidade” a partir disso.
- Pontos Fortes e Fracos
Depois de ler muito sobre o deck, muita gente deve imaginar quais são os piores e melhores matches em que podemos nos ver frente a frente, e isso é importante para saber como lidar com eles.
Começando pelo pior, temos um grande inimigo dos stax por ser um deck extremamente resiliente no late game e também por possuir espaço para os combos mais fortes do formato. E é claro que esse deck é o nosso grande e querido Kraum, Opus de Ludevic.
Uma das maiores dificuldades de enfrentar esse four colors é justamente o fato dele ser um deck que se beneficia do tempo, e que com um efeito de Wheel bem encaixado a um thief, pode limitar os seus recursos A um ponto difícil de se recuperar.
Outro grande problema é que durante o jogo todo temos uma pressão constante do Kraum, Opus de Ludevic que é tão opressor quanto nosso próprio porco.
O ideal é saber ponderar os recursos e ficar sempre atento às remoções e Wheels que o deck podem te prejudicar, e muitas vezes tentar jogar em volta disso.
Outro deck que nos proporciona uma grande dificuldade é a querida Najeela, a Flor Afiada, que sempre foi um deck que jogou tranquilamente em cima de stax, já que seu objetivo é criar um board através da própria comandante, sem precisar de fato de um constante uso de outras mágicas, conseguindo lidar com facilidade com a maioria dos stax que utilizamos.
Por outro lado, nosso deck possui uma grande vantagem contra inúmeros outros decks, sendo os principais os que se beneficiam de Grind através do cemitério, e outros que necessitam de um grande número de mágicas para chegar aos seus objetivos.
Nesses casos, como por exemplo o próprio Teshar, Apostolo da Ancestral, nosso Yasharn consegue travar suas principais mecânicas que demandam sacrifício de permanentes, o que pode ser uma grande pedra sapato.
No geral, nosso deck acaba sendo o que chamamos de deck “Parasita”, que acaba tendo sua força amplificada pela forma com que o meta se porta, deixando mais viável algum tipo de estratégia.
- Budget
Muita gente sempre pede nos artigos versões budgets para alguns decks, então resolvemos trabalhar em uma versão mais barata e aproveitar para dar algumas dicas de como fazer substituições em seu deck.
Nessa lista mantivemos um plano de jogo muito parecido, tentando evitar manter cartas que custasvam mais de 100 reais, criando uma diferença de R$ 8.300,00 sem perder tanto potencial, dando ênfase principalmente nas manas rocks, que geralmente são importantes, mas que nesse caso precisaram ser retiradas.
O plano de jogo continua o mesmo, porém com uma densidade de “tax” muito maior do que o que estamos acostumados, com a presença de Thalia, Guardia de Thraben, Egua Alada de Vryn e Espinho de Ametista para dificultar o jogo de decks com mais potencial de storm.
Para compensar a falta das rocks, resolvemos adicionar à lista alguns ramps que buscassem florestas, ou terrenos específicos, para conseguir manter uma aceleração sem perder na otimização.
E sem os artefatos também abrimos vaga para adicionar um Kataki, Soldo de Guerra, que serve como um hate muito eficiente a decks que dependem de suas rocks, ou de outros artefatos chave.
Também foi retirada a interação com Earthcraft, que apesar de muito forte, não era o foco do deck, abrindo espaço para outros hates como Aura Shards, Aura of Silence e Runic Armasaur.
E por fim, outras cartas que tinham valor muito alto foram substituídas por outras que possuíam efeitos semelhantes, como o caso de Survival of the Fittest que foi substituído por Fauna Shaman.
Lembrando que depois de entender o funcionamento do deck, qualquer jogador pode fazer suas alterações para o seu próprio playgroup, mas sempre com coerência, tentando manter um plano de jogo parecido e que não perca eficiência.
No geral, apesar de ser um stax, Yasharn é um deck muito amigável para quem deseja começar com um deck de duas cores, sendo uma opção extremamente maleável à mudanças.
Enfim galera, esse foi o nosso primer de hoje que foi feito por mim (Jeff) juntamente ao grande cérebro por trás de todas essas maldades, nosso amigo Romário, que dispôs seu tempo para trabalhar nessa lista maravilhosa.
Agradeço a todos que nos acompanharam até aqui, e pra quem ainda não conhece e quer aprender um pouco mais sobre cEDH, basta procurar pelo grupo cEDH Brasil no Facebook, onde você encontra links para todas as nossas outras redes sociais e todos os nossos demais trabalhos.
Você também encontra o canal da nossa coluna Papo cEDH na Twitch todas as quartas às 20h.
Não se esqueçam também de passar na nossa loja apoiadora, a BloodMoonjogos que tem um enorme estoque de commander, e muitas staples de cEDH!
Até a próxima pessoal, um grande abraço!
Por Jefferson (Jeff)
Por isso que ninguém no cEDH vai se importar se você aparecer com o deck todo impresso e dentro do shield. ;)