Fala galera, tudo bem? Certas vezes eu venho aqui revelar para vocês uma lista secreta! Uma lista de deck que fiz cuidadosamente no paper Magic para jogar com amigos e assustar todo mundo com uma estratégia inesperada. Basicamente, 90% dos meus decks de estimação são feitos desse jeito. Vários dias dedicados ao deckbuilding para criar um monstrinho rogue inesperado. O deck secreto de hoje é 100% o deck que tenho IRL. Há cartas que eu gostaria de usar mas não estou usando nele. O leitor pode ficar livre para adicionar, são cartas como Black Lotus, Mox Ruby e Lotus de Joias. 

 

Escrever listas para commander tem este dilema, pois há uma grandiosa pool de cartas e certamente as pessoas gostam de dar seu toque pessoal e ajustar. Assim, optei por trazer a lista exatamente como possuo, mas fique livre para alterar a lista como quiser. Tome cuidado com os números de cartas. Recomendo substituir cards por outros similares. Por exemplo, uma criatura por uma criatura, uma remoção por uma remoção, etc. Conto com vocês para guardar o segredo da lista ^^ e para causar nos mesões de commander (quando possível)! Vamos lá!

 

 

 

 

 

Essa lista tem um porém. Eu sei. É a lista da maldade... Lágrimas, chamas, caos e aniquilação... é eu sei....mas... eu acho que tudo bem, você não acha?!

 

    

 

 

Nossa lista de hoje abusa de remoções globais. Inclusive remoções globais de terrenos. Eu acho que há uma discussão interessante aqui para nós hehe. Nenhuma dessas cartas é banida no formato. Algumas delas foram recentemente reeditadas na THE LIST em demonstração de que a Wizards Hasbro apoia o uso delas. Ainda assim, há uma espécie de tabu na qual players que usam remoções de land são vistos como inimigos da mesa. Vilões. Eu diria que devemos rever isto enquanto comunidade de jogadores. Dizem que destruir terrenos é muito apelativo pois todos os decks precisam de base de mana para rodar. No entanto, há várias coisas que não são faladas. Por que as pessoas querem jogar com bases de mana tão grandes e complexas? Um deck de base mais simples e menor sofreria menos para remoções de terreno. Por que não utilizam cards como Crisol dos Mundos e afins? 

 

Players experientes de CMD já sabem que há uma infinidade de estratégias fortíssimas. Pessoas que roubam todas as permanentes com Agente da Traicao, pessoas que tem todas as anulações de custo zero ao estilo Forca de Vontade, combos infinitos, combos de vitória imediata como Oraculo de Tassa, Behemoth Crateropodea atropelando todos os oponentes de uma só vez, etc. Chega de preconceito com a destruição de terrenos... É só mais um tipo de estratégia! A diversidade de estratégias tem o apoio do Real Rogues. Caso você vá jogar com alguém que vai ficar verdadeiramente traumatizado recomendo outro deck, para todos os demais casos... bora destruir terrenos!

 

Vai rolar um hate. Talvez algumas pessoas digam que destruir terrenos é coisa de decks estúpidos. Você deve se mostrar compreensivo e solidário, pois perder para decks bons muita gente perde, mas se o oponente está perdendo até para deck bobo, deve ser uma situaçao bem difícil mesmo hehe.

 

 

 

 

O comandante Purforo, de Sangue Bronzeo, tem características bastante particulares. A primeira é a de usualmente ser um encantamento indestrutível difícil de se remover. Além disso, ele permite jogadas ao estilo de Ataque Surpresa. É possível fazer muitas jogadas em velocidade instantânea nos turnos dos oponentes. Nossos terrenos desvirados tornam-se uma ameaça psicológica. É como fazem os decks azuis, mas jogando com montanhas ao invés de ilhas. A criatura deve ser sacrificada na próxima etapa final. Assim, precisamos utilizar cards que tenham algum tipo de sinergia para que este sacrifício não nos prejudique. O plano do deck é fazer uma quebra de simetria nos recursos. 

 

Isto é, utilizamos remoções globais que afetam todos os jogadores igualmente. Porém, como possuímos um comandante indestrutível e cartas com efeitos especiais, as remoções globais afetam mais aos oponentes do que a nós. Jokulhaups é provavelmente a carta que melhor nos ajuda a entender a dinâmica de jogo. Para nos recuperarmos rapidamente de uma remoção global precisamos de um grande trabalho de deckbuilding. Observe que utilizamos: Cataratas Cascateantes, Cidade Fantasma, Cidadela de Aco Negro, Paraiso Inexplorado, Templo da Costa Naufraga, Vulcao Inativo, Reliquia do Enclave Celeste, Lingote de Aco Negro, Mapa dos Renegados e Camara Infernal. São 10 cartas + o comandante, especialmente para voltarmos ao jogo que nós mesmos vamos destruir. Adicionalmente, fazendo a contagem, vemos que são 51 cards nessa lista entre Ramps, pedras de mana e terrenos. O número de remoções globais realmente perigosas na lista soma por volta de 13 cards (Se contar todas as remoções são 32!). 

 

Assim, o plano de jogo nos permite usar 1, 2 ou 3 mágicas ao estilo Obliterar em cada partida e correr para nos recuperarmos antes dos oponentes. O que desejamos é um cenário no qual os oponentes estejam torcendo para achar terrenos no topdeck, enquanto nós já possuímos nosso comandante na mesa e 3 ou mais gerações de mana. É nesse momento que vários jogadores desistem da partida. Uma coisa que devo lembrar ao piloto do deck é que o poder de escolher quando utilizar a remoção global nos traz vantagem. Pois é possível planejar os próximos turnos segurando cartas extras na mão. Por exemplo, podemos adicionar todas as manas à nossa reserva, utilizar primeiramente a remoção global e com o excedente conjurar um Hidetsugu Impiedoso ou Reliquia da Coalizao. Baixar terreno do turno após destruir todos os terrenos também vale. Assim, não se trata apenas de instaurar o caos, mas de visualizar a sua vantagem no novo estado do campo de batalha. Caso a remoção global não traga vantagens suficientes naquele momento, pode guardá-la para o momento correto. Pode também simplesmente trolar a mesa destruindo toda hora, mas é sacanagem.

 

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Grande parte das criaturas da nossa lista também é uma remoção. Imagine por exemplo que alguém ataque com uma criatura 10/10, pelo simples fato de que não temos bloqueadores na mesa. É possível responder com um bloqueio em velocidade instantânea de Ryusei, a Estrela Cadente. Isso nos protegeria do ataque e potencialmente destruirá outras criaturas com dano colateral. Esse é um ponto muito legal de se jogar com Purforo, de Sangue Bronzeo. A ameaça fica escondida na mão e pode entrar no campo de batalha a qualquer momento. Os adversários precisam usar a imaginação para saber o que você está planejando. Há criaturas que causam um impacto enorme no campo de batalha quando entram ou quando saem da mesa. Pense em Sustentaculo do Firmamento ou Godo, Bandido Senhor da Guerra buscando Finda-Mundo. Procuramos utilizar respostas a todo tipo de permanente.

 

     

 

 

O leitor que notou que o deck é praticamente uma mistura completa de muitas remoções apelonas e ramps notou corretamente! Porém, temos alguns outros elementos também. Outro elemento importante são criaturas realmente explosivas em dano para retirar jogadores chave do game rapidamente. Hidetsugu Impiedoso jogado em uma etapa final, com a habilidade de ímpeto de Púrforo, pode cortar a vida de todos os jogadores pela metade duas vezes seguidas! Dragao do Veu Lunar ou Terror do Monte Velo em combinações com outras criaturas podem causar mais de 20 pontos de dano em uma única fase de combate. Um verdadeiro ataque surpresa. Essas cartas jogadas em velocidade instantânea acabam tornando-se muito flexíveis e com efeitos inesperados. Como um Pesadelo Trovejante, que tanto pode ser utilizado de forma defensiva quanto ofensiva, dependendo do momento em que entra no campo de batalha. Você já tinha utilizado um cavalo como se fosse Neblina?

  

 

Utilizamos ainda algumas formas de card advantage, que são muito importantes dentro dessa lista que parece ser um Mono Red Controle. Temos cards de agressão e usualmente jogadores de mono red estão acostumados com agressão rápida, mas na estratégia de hoje, estamos mais para o lado anti-jogo da força. 

 

Dragao da Colina Espinhosa é totalmente abusivo quando combinado com nosso comandante. O dragão não se importa com quem causou o dano, apenas conta o dano total causado ao oponente alvo. Cartas mais simples como Piramide do Por do Sol também funcionam bem para nos dar alguns cards extras. O importante é utilizar cards de compra que possam ser utilizados em instant speed ou que possuam um custo de mana pequeno, para que nos reste na reserva o suficiente para ativações de Púrforos. Uma vez que todos nossos terrenos estejam virados, paramos de representar perigo.

 

Conjurar Púrforos no turno 3 ou antes é uma prioridade. Esse deck é bastante dependente do deus, que felizmente, é consideravelmente resistente. A lista combina vários pequenos detalhes que pouco a pouco podem ser observados pelo jogador. Por exemplo, o fato de utilizarmos terrenos de sacrifício para mana extra como Ruinas dos Anoes e Veio de Cristal. Usualmente precisamos de uma explosão de mana em um único turno para poder jogar a mágica de remoção e posteriormente a ameaça. Sacrificar um de nossos terrenos que já seria destruído para gerar mana extra é otimização. 

 

Dentro do deck há algumas sinergiais pontuais que podem causar muita dor de cabeça aos oponentes. Flagelo da Cordilheira de Kher com Ferocidontes de Armadura Argentea ou Camara Infernal com Obliterar são exemplos. Este deck também utiliza um aprendizado pessoal que eu tive durante muitos jogos de MTG. Destrua terrenos múltiplos de uma vez. Pois quando optamos por destruir terrenos um a um, usualmente, não conseguimos impacto suficiente no equilíbrio do jogo e nos tornamos o jogador focado do game. Digo isso como dica para evitar cards ao estilo Chuva de Pedras. Se for para ser focado, ao menos destrua tudo.

 

O Real Rogues de hoje fica por aqui! Considero que essa lista tem uma jogabilidade de nível avançado. Poder jogar mágicas em cada uma das etapas, gerenciar a reserva de mana para múltiplas mágicas e avaliar o momento correto de utilizar remoções. Uma lista que tanto pode ser utilizada por jogadores avançados quanto por jogadores iniciantes que desejam se aperfeiçoar. É uma lista polêmica por utilizar cards como Arruinamento e Desastre Iminente. Há pessoas que se orgulham de não utilizar terrenos básicos, mas isso origina um ponto fraco. Jogar com um deck land destruction causa um pouco de discórdia, porém, é um convite aos deckbuilders para aumentar a resiliência de suas bases de terreno. O que acha da lista, justa, injusta? Destruição massiva de terrenos está valendo?! Acho que vale até no casual em!

 

Lista da discordia,

Até mais galera, se cuidem,

 

Chandler