Retrospectiva cEDH 2021

"Prêmio LED do Ano"

29/12/2021 10:05 - 5.560 visualizações - 7 comentários

Salve galera!

Finalmente chegamos ao fim de mais um ano que parecia infinito, e que pra nós magiqueiros veio recheado de todo tipo de conteúdo que poderíamos imaginar.

Ao todo foram 7 grandes coleções, 36 secret lairs, 11 commanders e talvez até mais do que eu seja capaz de lembrar pra essa conta;

Pensando nisso e retomando o que era de costume desde 2018, resolvi aproveitar essa data especial de fim de ano para trazer à tona o nosso "Prêmio LED do Ano", onde fazemos um apanhado das melhores cartas dentre os 12 meses corridos e elegemos a melhor delas.

E antes que alguém comece a criticar as escolhas dessa lista, conversei com vários outros produtores de commander (mais focados em variantes de power level elevado) para saber suas opiniões, chegando num resultado onde a maioria das cartas citadas convergessem.

Outro ponto importante é lembrar que algumas coleções tiveram múltiplos destaques, mas que podem ser vistos com mais detalhes na nossa coluna com os artigos de melhores de cada lançamento. Então esperem ver apenas alguns representantes de cada uma.

Agora sim, sem mais delongas vamos ao que interessa!

● KALDHEIM

Kaldheim foi uma coleção muito bem construída de modo geral, sem coisas muito quebradas e com muitas opções jogáveis de cartas lendárias e suportes dos mais diversos.

Para o commander competitivo vale lembrar a inclusão de duas comandantes mono-red que chegaram construindo uma fama enorme por sustentarem bons e sólidos decks.

Magda, Criminosa Intrepida e Birgi, Deusa das Historias foram dois tiros certeiros da Wizards para os Commandeiros, possibilitando através de nossa Birgi um deck Storm muito interessante e que suporta bons limites de budget e que além de tudo ainda se faz útil dentro de varios decks que tiram proveito de sua fonte de mana.

Já com a Magda, nossa anã que ficou famosa por aparecer aos montes nos torneios, ganhamos um deck baseado em seu efeito de busca com tesouros.

Esse combo tribal geralmente usa Clock of Omens como chave para seu plano de jogo e consegue se sustentar sob uma estrutura extremamente barata.

Se você ainda não viu, ela já apareceu aqui em suas versões cEDH e Conquest com budgets incríveis de até 100 reais.

Há quem diga que milagrosamente nós da cEDH Brasil temos nos cofres profundos do deckbuilding uma versão de apenas 50 reais. Será que a informação procede?

Ainda em Kaldheim também fomos surpreendidos por um outro comandante que apesar de nao ter mantido a fama como as duas anteriores, ainda tem seu mérito por ter trazido toda uma estratégia à tona.

Orvar das Formas Infindaveis das formas infindáveis é um exemplo de como um design inteligente pode gerar decks extremamente divertidos e capazes de atingir um power level considerável.

Seu efeito de multiplicar permanentes o faz ser único e eficiente dentro de jogos de early game, tudo construído numa shell Mono Blue, facilitando novamente o budget e uma build flexível com bastante reatividade.

Você também pode encontrar listas desse deck com facilidade na sessão dos meus artigos durante o ano, especialmente uma versão feita para o CMD500.

● STRIXHAVEN

(Sim, time spiral veio antes de Strixhaven mas as cartas relevantes vieram a maioria como reprints. Por esse motivo irei deixar em evidência as coleções que trouxeram coisas novas).

E quem diria que nosso querido plano com escola de magia seria tão bem recebido pelo público do Commander?

Um dos maiores sucessos de vendas da Wizards durante esse ano veio carregado de referências, lore e boas cartas colecionáveis para os amantes da magia no formato Harry potter. Mas não foi só isso, pois também tivemos uma releitura muito eficaz de algumas combinações de cores duplas com habilidades novas e mecânicas diferentes.

Magecraft foi uma dessas habilidades novas que deram o falar, e com ela tivemos 3 grandes nomes que com o tempo continuaram sendo utilizados, mas com uma frequência muito menor do que o esperado da época.

Quem não se lembra do alvoroço de quando descobriram o combo de Witherbloom Apprentice junto de Chain of Smog?

Até hoje ele continua sendo uma opção budget e periférica para decks BG que não tem muitas outras opções, mas pra quem apostou que essa interação não passava de hype, estava correto.

Também tivemos duas cartas de 4 manas mono coloridas que causaram bons assuntos na comunidade mais competitiva, que foram nosso Arquimago Emerito e o Artista da Fornalha Tempestuosa.

Esses dois até hoje tem espaço em algumas listas, especialmente nosso anão gerador de tesouro, mas definitivamente nada comparado ao hype causado na época de seus spoilers.

Mas foi uma remoção global que trouxe todo o amor para dentro das mesas cEDH.

Esse feitiço BG de quatro manas nos ensinou o quanto transformar recursos do oponente em mana pode ser o que faltava entre a derrota e a vitória.

Como se destruir PERMANENTES de custo 2 ou menos, Culling Ritual também nos fornece B ou G de acordo com o número de permanentes destruídas dessa maneira.

Com certeza essa é a receita para o sucesso!

Strixhavem foi uma coleção e tanto que merece seu destaque nesse ano.

● MODERN HORIZONS 2

Logo após Strixhaven nós presenciamos um fenômeno, esse que foi disparado a melhor coleção do ano.

MH2 sem dúvida foi um divisor de águas dentro do Commander competitivo e suas variantes, trazendo staples das mais diversas, cartas particularmente boas para decks específicos, e nosso Ragavan, Afanador Agil.

Podemos começar por Resistencia e seu ciclo de elementais que podem ser conjurados exilando um card da cor correspondente da mão no lugar de seu custo de mana.

Ao todo são 5 criaturas, sendo uma de cada cor, mas Resistencia em especial é uma carta que tem um impacto muito forte dentro do cEDH servindo como um Silver bullet à Tassa's Consult, Breach decks e ainda por cima um block eficiente em instant speed que para não só nossa Tymna the Weaver como também nosso Kraum, Ludevic's Opus.

Também presenciamos o nascimento de um deck que só foi possível por conta do nosso querido Profane Tutor, que serviu de estrutura para o até então inexistente Codie, Vociferous Codex que havia sido lançado em Strixhaven.

Sua habilidade de Tutor Demoniaco se tornou uma arma gigantesca quando conjurada por 0 manas no efeito do nosso livrinho que possibilita linhas de combo extremamente divertidas e consistentes.

Além disso, esse é um outro deck muito bom para ambientes budget que eu fortemente recomendo.

E o que dizer desse par de staples que também caíram como uma luva para o cEDH?

Olhando tanto para o Esper Sentinel quanto para o Dauthi Voidwalker podemos ver o quanto o design de uma carta pode elevar todo o nível de uma lista por conta de efeitos versáteis, imponentes e que tem impacto real ao entrar em jogo.

De um lado uma criatura artefato que custa 1 mana e garante uma fonte contínua de card advantage com seu efeito, algo que o branco precisava com urgência, enquanto do outro um hate grave preto de baixo custo com um bônus de reciclar cartas dos cemitérios de seus oponentes sem pagar os custos de mana.

Sim senhores, esse foi o nível de MH2.

E por fim chegou a hora que todos esperavam.

A hora do "Eu vim ver o macaco"

Se você joga Magic fora de uma caverna você provavelmente sabe de quem estamos falando, já que esse macaquinho se tornou staple em talvez 100% dos formatos onde ele é válido.

Uma criatura de 1 mana 2/1 que possui uma habilidade de card advantage somada a um ramp em forma de tesouro e que de quebra ainda tira um draw do oponente, muitas vezes em jogos Singleton podendo tirar cartas específicas e importantes para a estratégia do oponente.

Ragavan, Afanador Agil já fez história no Magic e provavelmente por muito tempo ainda será um dos melhores drop 1 de todo o jogo.

● ADVENTURES IN FORGOTTEN REALMS

AFR não foi uma coleção muito bem recebida quando falamos sobre power level, o que é justificável pelo fato de ter um apelo muito mais voltado ao colecionismo e a nostalgia dos jogadores de Dungeons & Dragons.

Apesar de termos tido um Tarrasque desanimador e um Bahamuth meia boca, eu como fã de D&D ainda considero essa uma das coleções mais legais do ano, mas como esse não é o parâmetro discutido aqui, vou lembrar a vocês do que tivemos de realmente forte.

Sim, se você ainda não viu esse Naya em ação você está perdendo um espetáculo e tanto.

Com um sac outlet embutido, Minsc, Guardiao Adorado chegou como uma grande novidade dentro do set, e com muito trabalho em equipe, força de vontade e amor no coração dos deckbuilders nós conseguimos ver o quanto essa criatura tem potencial.

Mas não foi uma criatura lendária que mais chamou a atenção em AFR, e sim uma Rara Monoblack que adivinhem? Interage com tesouros!

Grim Hireling foi lançada em um dos commanders presentes no bloco de AFR, e pelo amor de Purphoros, essa carta faz até café.

Capaz de criar tesouros com danos vindos de combate ela ainda possui de tabela uma habilidade de controle que pode ser utilizada pagando B e sacrificando tesouros.

Um design simples e eficiente que cria uma vantagem absurda na mesa quando entra por ter habilidades que conversam entre si.

Com certeza um dos grandes destaques desse ano, inclusive no Conquest.

● BLOCO DE INNISTRAD

- Midnight Hunt

Uma das mais aguardadas e importantes coleções de 2021, o Bloco de Innistrad não deixou a desejar.

Em suas duas expansões nós tivemos cartas úteis para o Commander competitivo, bem como diversas novas cartas para o Commander casual.

Em Caçada a Meia Noite, onde viriam lobisomens e zumbis, ganhamos um grande personagem para o cEDH.

Florian, Herdeiro dos Voldaren, é uma criatura exemplar de 3 manas com um efeito de card selection muito útil.

Assim como Tymna the Weaver ele consegue tirar vantagem por ser um bom "beater", com a diferença de poder cavar fundo por cartas específicas e permitindo conjura-la até o fim do turno.

Não tem como dizer que talvez esse não tenha sido o melhor vampiro de muito tempo (Ignorem o fiasco que foi o que era pra ser a grande estrela Edgar, Charmed Groom).

Seguindo com lendárias podemos citar aqui um comandante que se destacou por ser uma carta diferente e muito legal, que foi nosso Velho Dedos-de-palito, que inclusive esteve em 1o lugar nas mãos do querido Bill Dungeon em um recente evento de Commander 500 organizado pela cEDH Brasil.

Seu efeito de cast permite linhas de cemitério muito rápidas através do próprio commandante, as tornando consistentes dentro de uma Pool BG, inclusive com budgets limitados.

E por fim, uma das cartas mais fortes de todo o ano.

Nosso Eremita Malevolente é a prova morta/viva de que uma carta pode ser uma pedra nos sapatos dos oponentes de inúmeras formas.

Seu efeito extremamente versátil faz dele útil tanto na mão para ser conjurado como no cemitério.

Self mill, Sac, dentre outras coisas acabam sendo uma opção viável para quando você precisa combar sem ser impedido por anulas, e de quebra ainda é em jogo em sua face principal um Miscast com corpo 2/1.

Uma carta completa demais pra deixar fora dessa lista.

Você pode ver na nossa coluna o artigo onde falo de maneira mais detalhada das cartas de Midnight Hunt!

- Crimsom Vow

E que jeito de finalizar um ano, heim?

Crimsom Vow trouxe tantas cartas interessantes que fica difícil selecionar as que vou colocar aqui.

Mas vamos começar pelo que mais me chamou a atenção.

Grolnok, o Onivoro é o segundo grande sapo pelo qual eu me apaixono nessa jornada pelo Magic, ficando a par com meu querido The Gitrog Monster que por muito tempo esteve nos top tiers do cEDH.

Estamos aqui falando de uma criatura de 4 manas que possui um efeito de mill e que permite que você conjure cartas exiladas com marcadores de coaxar de seu exílio. Mas isso fica mais interessante quando vemos que ele mesmo exila todos os cards de permanentes vindos do seu grimório para o cemitério, o que quer dizer que um Grolnok e um Hermit Druid numa moto parece no mínimo assustador!

E aqui tivemos uma outra grande carta que caiu como uma luva para os amantes dos Polymorph decks, já que em muitas listas acabaram aposentando nosso querido Tidespout Tyrant por possuir efeitos mais flexíveis somados a um corpo 7/8 com lampejo.

Fora isso também temos que considerá-lo como um alvo muito consistente para reanimação com o intuito de trazer controle à mesa.

Sem dúvida nosso Hullbreaker Horror foi uma trolha das grandes dentro do mundo do cEDH.

E falando de trolha não poderÍamos deixar de citar nossa lesma gigante neste artigo.

Um removal global na zona de comando que serve como sink para mana infinita com combos de IsoRev a torna um comandante viável apesar de seu custo, mas que também serve perfeitamente como uma criatura nas 99 cartas do deck.

Toxrill, a Corrosiva mostrou seu potencial recentemente no Open cEDH chegando na mesa final contra outros quase 70 jogadores, o que dá a ela o mérito de ser um bom comandante UB.

Mas chegando ao fim desse artigo, na opinião das pessoas consultadas e também na minha, qual foi a Top Card deste ano que merece nosso título do Prêmio LED?

Sim meus consagrados.

Devido ao power level, versatilidade, presença garantida em formatos competitivos, podemos dizer que Ragavan, Afanador Agil foi a carta com maior destaque do ano no cEDH e suas variantes!

Parabens Ragavan!!!!!

E assim chegamos ao fim de mais um artigo e também de mais um ano com essa comunidade maravilhosa.

Se você leu até aqui, muito obrigado pelo apoio.

Gostaria de aproveitar para agradecer toda a equipe da cEDH Brasil com quem trabalho desde o início para trazer conteúdo de qualidade referente ao commander competitivo, em especial à equipe do cEDH Brasil Cast que são amigos pessoais que fiz ao longo dos anos participando desse podcast.

Além disso, agradeço também ao grande Markovis, parceiro de redação da LigaMagic, parceiro de lives e grande amigo fora das telas que conquistou muitas coisas esse ano mais do que merecido.

E não só eles como também nossos parceiros da Playground que deram uma força absurda ao meu projeto na Twitch, meu querido amigo Will da MTeeG que também apoia outros grandes nomes do Magic que admiro muito, e também à equipe da Planarforge que deu todo apoio para que os grandes eventos multiplayer desse ano pudessem ser realizados.

Por fim também gostaria de parabenizar e recomendar o pessoal da 11a Guilda, um podcast de magic que faz um conteúdo excelente para jogadores dos mais diversos gostos.

Se você concorda ou discorda dessa lista, deixe nos comentários sua opinião, mas mantenha sempre o respeito acima de tudo.

Muito obrigado por mais um ano e tenham uma ótima virada.

Um grande abraço pra vocês do seu amigo Jeff!

Por Jefferson (Jeff) Barbosa

Jefferson C Faria Barbosa ( D3AD)

Jefferson Barbosa, mais conhecido como Jeff, conheceu Magic em Lorwyn e desde então vem aprofundando seu amor por card games. Desde sempre se considerando um amante do competitivo, participou da criação do grupo cEDH Brasil e vem criando conteúdo sobre formatos multiplayer em projetos conjuntos e independentes!

Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram

Comentários

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vlwpow

- 02/01/2022 18:18:32

Parabéns pelo artigo! E adoraria uma parte de mesão honrosa ou 2.0. que escrita impecável meus amigos.

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Bududao

- 30/12/2021 13:58:49

Mano, tô atrasado mas que artigo lindo e maravilhoso.
Melhor parte é ter essas análises em primeira mão (risos).
Obg Jeff por todos os artigos e ajuda durante todo o ano. Já estou ansioso pro próximo ano.