No último fim de semana dos dias 9 e 10 nós vimos o SCG Modern 30k ocorrer. Torneio que dava 30 mil dólares de premiação para o evento principal e que ainda teria um 10k USD como paralelo, também no formato Modern.

Após dois dias de batalhas árduas e transmitidas por streams independentes, vimos um Top 8 com 6 arquétipos diferentes que resultam numa possível leitura para os próximos eventos, vamos ver o que conseguimos aprender com esse torneio!

 

No Top 16 tivemos os seguintes arquétipos:

 

9º  4C Yorion
10º 4C Yorion
11º 4C Yorion
12º Hammer Time
13º RDW
14º UR Murktide
15º UR Murktide
16º UR Murktide

 

Apenas 4 arquétipos diferentes no Top 16 não é um sinal muito bom. Devemos sempre lembrar que o torneio é muito mais que apenas o Top 8. Às vezes o Top 8 está ok no quesito diversidade, mas o resto está bem quebrado. Se fossemos analisar apenas esses 8 decks acima, eu diria que o Modern está bem ruim. Felizmente tivemos um Top 8 bem legal.

Em 8º tivemos Shaheen Soorani, o MESTRE do UW e hater número 1 de Preordain.

Ele optou por um UW mais stock, ignorando a versão com Optar e sem Calice do Vacuo que Wafo Tapa popularizou há algumas semanas.

Shaheen sabe muito bem o que fazer com suas Fonte Santificada, e com essa lista com “resposta para tudo”, acredito que essas 75, ou algo bem próximo, se tornem o novo stock para o UW.

Com a adição de A Imperatriz Errante, o UW finalmente ganhou acesso a uma Kill Condition Instant Speed que gera vantagem incremental e que pode servir como proteção em momentos de desespero.

Ian Plantz ficou em 7º com o UW Hammer.

O banimento de Lurrus da Toca Onirica deu mais flexibilidade ao deck, podendo adaptar os equipamentos de custo superior à 2 como Nettlecyst e Kaldra Compleat.

Uma mudança relevante comparado às listas convencionais foi o uso de Doadora de Runas, que protege suas criaturas do combo e também as equipadas com a marreta. O fato do martelo tirar voar das criaturas acaba sendo relevante em alguns momentos, a Doadora te possibilita dar imbloqueável para o bixo equipado e não se preocupar com voar, alcance ou algo do tipo. 

O side carrega bastante no azul com Planeswalker, Counter e Hatebear, os principais motivos para se escolher azul invés de outros splashs, no g1 você é um combo, no g2 vira um Hatebears que pode matar batendo normal ou combando, marravilhê!

O RUG Rhinos foi a arma escolhida pelo Wesley Blanchard que cravou o 6º lugar!

Rhinos foi um dos primeiros novos arquétipos estabelecidos após o lançamento de MH2. Não demorou muito para descobrirem a “lista boa”, e desde então o deck vai e volta como um dos melhores do formato. Assim como Dredge, quanto mais Cascade, mais hate, mais hate = menos cascade, menos cascade = menos hate, que aumenta o número de cascade, metagaming é matemática básica!

A Sutileza do maindeck é para pegar os Teferinhos e criaturas de combo(estou olhando para você, Hammertime!), além de servir como a 5ª Force contra algumas partidas cheias de Planeswalkers.

Os Seasoned Pyromancer foram substituídos por Gigantes, para lidar melhor com as criaturas do Murktide Regent, Hammer e matar Risen Reef dos elementais, além de claro, gerar alguns letais interessantes graças ao Trample dos Rhinos.

As Channellands de Kamigawa dão mais versatilidade ao deck, anti hate já de maindeck e que funcionam mesmo com Blood Moon em campo. Falando em Moon, é a carta que mais gera free wins para o deck depois do Footfalls. Muitos decks perdem automático para Moon ou, pelo menos, sofrem para jogar normalmente com ela em campo e ainda ter que responder 8 de poder atropelar vindo do passe!

Michael Byars usou o poder do, já bem estabelecido, 4c Control, para cravar o 5º lugar!

Já falamos várias vezes desse deck aqui na Liga. Um dos melhores decks do formato desde que trocaram o companion do Elementals de Kaheera para Yorion.

O deck usa apenas 2 cartas novas, mas elas mudam completamente a maneira que esse deck funciona.

Boseiju, a Persistente é claramente a carta que mais muda as mecânicas de como o deck opera: um Naturalizar incounterável e que também pega terrenos não-básicos, tornando partidas baseadas nesses tipos de permanente uma brincadeira de criança se você ficar recorrendo-o com Wrenn e Seis. A Sokenzan, Crucible of Defiance é a channel land que menos vê jogo, mas aqui ela faz muita coisa: ataca bem os walkers, protege os seus, contorna Teferinho e, ao longo de poucos turnos, te cria um exército com Haste e incounterável, o terror dos controles e midranges!

O Lurrus-less Jund Saga foi a arma escolhida pelo Kacantergian que chegou ao 4º Lugar com ele!

Assim como o Hammer, o Jund Saga perdeu a recurssão gerada pelo Gato-Pesadelo, mas agora ganhou espaço para drops 3 que fazem estrago, como a Liliana of the Veil e o Tireless Tracker, cartas que podem dominar partidas sem esforço algum!

O poder agressivo do baralho é, provavelmente, o maior dentre os que falaremos nesse Top 8. Claro, esse deck não consegue matar turno 2 como o Hammer, mas ele consegue ter um dano alto e constante sem depender de uma carta específica do baralho. Ele ataca bem, blocka razoável e grinda maravilhosamente bem, mesmo sem comprar saga ou W6.

Por incrível que pareça, o MVP do deck foi o Cruzado Phyrexiano, que ganhou SOZINHO de múltiplos 4C Control ao longo do torneio. Viva o poder da proteção!

Brittney Davis escolheu o Charm Rhinos como sua arma, e além de abrir 13-0, ainda cravou um 3º lugar!

 

A principal diferença dessa lista para a outra é que essa daqui usa 4 cópias de Amuleto do Arquimago no maindeck e 0 cópias de Blood Moon no side.

A versão com o Charm é um pouco mais midrange e menos combo, optando por responder mais às ações adversárias, ótimo em fields mais lentos ou onde se espera muito hate entre main e side, nunca fique sem gas com o Charm!

A segunda Otawara, Cidade Flutuante é para ajudar no triple blue do anula e também a ter mais respostas para permanentes problemáticas, principalmente as hate pieces que impedem o cascade de funcionar. Você perde o custo baixo do Boseiju mas ganha a possibilidade de lidar com criaturas e Planeswalkers.

E observando a Bittney jogando com o deck me faz crer que esta seja a versão superior do baralho.

Richard Neal fez a final do torneio com seu 4C Elementals Yorion, deck que tem se popularizado nas últimas semanas no Magic Online.

O deck, nada mais é, que um Elementals Kaheera com 20 cartas a mais, colocando Yorion como Companion, 4 tutores de criatura no main e diversos hatebears no side para solucionar partidas problemáticas.

Você não vai ter os anulas do 4C Control convencional, mas compensa isso com o card advantage ABSURDO que o Recife Soerguido gera, garantindo sempre uma mão cheia e o eterno medo que Efemerar gera sempre que houver uma mana branca de pé!

Vemos aqui outro deck com o plano “transformacional” de hatebears post board, provando que estamos em um bom momento para um deck com engine própria no g1(Combar de Hammer/Grindar de Elementais) e subir as cartas do side que vão resolver o jogo do oponente e ainda bater um pouco. Reveja seu side, os hatebears estão em alta!

E o grande campeão foi: Travis Brown de UW Hammer!

 

Travis e Ian provavelmente eram companheiros de time por isso jogaram com as mesmas 75, inclusive se enfrentando nas quartas de final.

Sobre a lista não há muito mais o que ser falado, ela é idêntica à que falamos ali em cima, mas sobre as partidas que ele enfrentou nós podemos aprender algumas coisas sim.

Após o mirror nas quarterfinals, Travis enfrentou o Charm Rhinos, que deveria se ruma partida chata por ter Boseiju, Forces(azul e verde, 4 de cada) e Charms, que são bem problemáticos para o deck, e mesmo assim Travis conseguiu levar a partida.

No g1 você tem uma partida bem equilibrada contra o Rhinos, mas no g2 que ele sobe os haymakers dele, você também sobe os seus, e daí fica o jogo de “quem tem o taco de beisebol mais longo”, e geralmente você ganha, pois, suas cartas fazem mais que as dele(Lavinia e Teferinho principalmente).

Além de ter jogado muito bem, Travis levou o torneio por estar com um baralho muito bem tunado, com plano de side tinindo e com muitas cartas versáteis, podendo sidear legal contra qualquer deck do Modern sem sentir que já perdeu a partida antes de começar.

 

Vimos que UR ainda está bem forte, apesar de termos 0 no Top 8. Que Boseiju veio para ficar e que Modern ainda é um formato bem rápido, apesar de termos muitos decks “lentos” de Wrenn e Seis.

Como sempre digo: vá com o que você se sente confortável, mas, se puder, tente se deixar confortável com decks bem posicionados no field, caso contrário você terá o dobro de trabalho para ganhar o torneio(o que não quer dizer que é impossível!)

 

Daqui algumas semanas estamos de volta, cola no meu Youtube e Twitch, tenho gameplays frequentes lá!

Um abraço do Orelha e até a próxima!