Essa frase é às vezes utilizada para definir o combo de Land Tax e Scroll Rack. Na sua manutenção, se o oponente controlar mais lands que você, você busca três terrenos básicos e os coloca na sua mão. Depois, na fase principal, paga uma mana incolor e coloca os mesmos terrenos de volta no deck em troca de três cartas novas. No turno seguinte, é só repetir a bonança.

 

Essa combinação de cartas é atualmente muito popular no formato Premodern, mas você sabe onde ela foi utilizada pela primeira vez? Se a resposta foi não, senta que lá vem história. 

 

  

 

Land Tax é um encantamento de Legends, que foi lançado em junho de 1994, e depois reimpresso na Quarta Edição. Não demorou muito para os jogadores perceberem o poder dessa carta - exemplos disso são o Campeonato Mundial de 1995 e o Pro Tour New York de 1996 (Também conhecido como 1o Pro Tour). Nos dois casos decks de Land Tax fizeram a final do torneio e, no caso do Pro Tour, 5 decks no Top 8 incluíam a carta. 

 

No Campeonato Mundial de 1996 Land Tax tinha sido restrita. Apesar disso, o campeão, Tom Chanpheng, levou o título com um White Weenie incluindo uma cópia de Land Tax. A maioria dessas listas combinava o encantamento branco com Zuran Orb (também restrita), que permitia sacrificar seus terrenos no final do turno do oponente para que você ficasse com menos terrenos em jogo e pudesse ativar o Land Tax no seu turno. Essa é uma combinação muito forte e ainda presente em decks Premodern, mas nada como o combo que nasceria nos anos seguintes. Apenas a título de curiosidade Tom Chanpheng naquele ano como premiação ganhou a carta mais rara da história do Magic a famoso 1996 World Champion.

Voltando ao nosso assunto principal,o ano de 1997 foi dominado por decks de Necropotence em todos os formatos, num período que ficou conhecido como Necro Winter. Porém, no Campeonato Mundial de 1997, Mark Justice, considerado um dos melhores jogadores dos primeiros anos do circuito profissional, usou um deck de Land Tax e Land's Edge para ficar entre os primeiros colocados no formato extended.

 

 

Esse deck foi o primeiro a utilizar combinações que hoje em dia são muito comuns no nosso formato. A primeira delas é o Undiscovered Paradise, que volta para sua mão e permite a ativação do Land Tax. Além disso, Justice também usou uma pequena toolbox com Enlightened Tutor, algo que é bastante popular atualmente.

 

 

O ano de 1997 também trouxe, finalmente, a segunda metade do nosso combo para o mundo. Scroll Rack é um artefato de Tempestade, que foi lançado em  outubro de 1997. Ela é uma carta forte o suficiente para entrar em um dos decks mais apelões de todos os tempos, o deck de Tolarian Academy que foi vencedor do Pro Tour Rome em novembro de 1998.

 

Porém, no início desse mesmo ano, foi justamente no Brasil que surgiu o primeiro deck que explorava da "nossa combinação". O cenário foi o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, palco do Duelist Invitational e do primeiro Grand Prix em terras tupiniquins. O formato era Extended, que incluía cartas de Revised até a edição mais recente - Tempest.

 

Jon Finkel, ele mesmo, o melhor jogador de todos os tempos, dominou o Grand Prix com seu White Weenie que utilizando claro o combo de Tax/Rack. Seu amigo e compatriota Steven O'Mahoney-Schwartz também fez Top 8 do GP com essa lista.

O deck também incluía Tithe, que permite buscar lands não básicas como Plateau, e apenas 15 lands no total. Note como o deck do Finkel usa 1 Undiscovered Paradise. Com um “plus” a mais vemos aqui também outra carta que se beneficia da dinâmica de cartas extras na mão todo turno, estamos falando de Empyrial Armor, permitindo que Finkel matasse seus oponentes rapidamente.

 

  

Ainda no ano de 1998, agora com a inclusão de Fortaleza no formato, Randy Buhler venceu o North American Extended Championship com uma versão atualizada do White Weenie Tax/Rack.

 

O grande avanço dessa lista é o uso de Mox Diamond, que acelera suas manas sem que você precise descer mais uma land - forçando o oponente a ter mais terrenos que você e assim ativando o Land Tax. Buehler também adicionou o terceiro Scroll Rack, reconhecendo a importância do combo num deck que é menos agressivo do que a versão do Finkel, mas ainda assim muito eficiente.

Buehler tem duas cópias de Firestorm, uma carta devastadora contra decks de criaturas, mas que é pouco usada por gerar card “disadvantage” A não ser que você descarte terrenos vindos do Land Tax, aí Firestorm se torna puro card advantage.

 

No final do ano de 1998 e início de 1999, mesmo com o banimento da Tolarian Academy depois do Pro Tour Rome (Por que será né? Carta fraquinha RSRS), o formato continuou muito rápido e era dominado por combos como High Tide. Dessa forma, Tax Rack perdeu popularidade, mas o White Weenie de Olle Rade, que fez Top 8 em Roma, usando Mox Diamond e Savannah Lions + Jackal Pup para colocar pressão, tinha tempo suficiente para um combo que brilha no late game. 

 

Pouco mais tarde o formato Extended sofreria uma rotação e o Land Tax deixaria então seu fiel parceiro o Scroll Rack… até o surgimento do formato Premodern.

 

Atualmente existem dois decks de criaturas que usam o combo de Tax Rack em Premodern. O primeiro é um descendente direto dos White Weenies de Finkel e Buehler.

 

 

Essa é uma lista clássica com criaturas de baixo custo com splash vermelho para cartas de dano direto como Lightning Bolt e Firestorm. O combo de Tax/Rack mantém sua mão cheia e faz com que você possa continuar aplicando pressão caso o oponente lide com o seu rush inicial. O Enlightened Tutor ajuda a encontrar o combo e também algumas silver bullets, tanto no main deck quanto em partidas pós sideboard.  

 

  
 

Além desse White Weenie clássico, também temos um deck inédito chamado TerraGeddon. Como o formato Extended sofreu uma rotação em 2002, Terravore nunca jogou ao lado de Land Tax vinte anos atrás. Essa é uma das coisas que eu mais gosto em Premodern: é possível jogar com decks clássicos mas também existe espaço para novos decks.
 

Esse deck começou sendo apenas verde e branco.

 

E se popularizou nas mãos de Nils Håkon Delphin, que transformou o deck em um 5-color.

Em comum as duas listas têm o combo de Enlightened Tutor package que pode tanto buscar uma das partes do combo como um “Bala de Prata” específica para um dependendo da partida. As duas listas também incluem Undiscovered Paradise, que apareceu inicialmente no deck do Mark Justice no Mundial de 97 e Mox Diamond, inovação do deck de Randy Buehler. 

Land Tax também tem sinergia com Armageddon, que deixa o Terravore um verdadeiro monstro! Vale lembrar a presença de uma Zuran Orb, que já figurava nos primórdios do Magic em 95 e 96. Assim como nos dias atuais, é importante olhar para trás e aprender com a história do Magic.

 

    
 

A essa altura talvez você esteja se perguntando: ‘Se esse combo é tão forte, ele não pode ser usado em decks de controle? Pode sim! No Premodern o combo de Tax/Rack figura em dois decks de controle.
 

O primeiro deles é conhecido como Pink Prision.

Land Tax é a grande estrela do deck pela sinergia com Gamble(com mais lands na mão as chances da carta que você pegou ser descartada é menor)  e com Devastating Dreams. Outra carta interessante aqui é Gaea's Blessing, que permite colocar lands descartadas ou destruídas de volta no deck (é bem comum as lands básicas “acabarem” no seu deck). 

 

    
 

Outra carta de grande sinergia no deck é a Winter Orb, que força o oponente a descer mais terrenos e assim permitindo que você ative o Land Tax. O grande problema desse baralho é que ele demora a ganhar depois de tomar o controle do jogo. A win condition tradicional é Black Vise, mas essa lista inclui um Gigapede e um Goblin Trenches na tentativa de acelerar o processo.

 

A segunda lista de controle é conhecida como Parfait Oath e foi popularizada por Rich Shay após terminar em 2o e 1o colocados em campeonatos com mais de cem jogadores. 

Além das cartas que você já espera encontrar, Rich tem a opção de buscar uma Ivory Tower, que se beneficia das mãos cheias proporcionadas pelo Land Tax. A Ivory Tower também permite lockar o oponente com um Zur's Weirding - ganhando 2 ou 3 pontos de vida por turno permite enterrar qualquer carta que o oponente fosse comprar.

 

O Parfait também usa um set de Oath of Druids para combater criaturas - a escolha de Shard Phoenix e Triskelion tem em mente principalmente o deck de elfos. Dependendo do ambiente esperado o mix de criatura pode ser diferente e incluir, por exemplo, um Spike Feeder ou uma Phantom Nishoba.

 

    

  

E aí, qual desses decks com Tax/Rack faz mais o seu estilo?   

 

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Valeu!!!!!

 

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